Desvende os segredos de três capitais europeias, explorando a arquitetura de cada uma delas.
Desde pontes que interligavam comunidades e pináculos altíssimos que inspiravam a adoração até os castelos medievais que protegiam cidades, a Europa foi construída por uma história única que, por sua vez, moldou a criação de suas capitais.
Das torres góticas da igreja aos blocos comerciais da era soviética, Praga oferece 800 anos de estilo arquitetônico europeu em uma única cidade.
Praga é como um livro de arquitetura. Cada estilo está representado aqui. A uma curta caminhada é possível visitar os becos sinuosos do movimento gótico europeu do século 14, passar pelos arcos pastéis do Renascimento do século 16 e chegar à extravagância do art nouveau do século 20. O rio Vltava determina a forma da cidade, mas são os diversos estilos arquitetônicos que conferem a Praga sua inquietação romântica.
Essa inquietação revigora a Cidade Velha, ou Staré Město, por meio da combinação de elevadas torres românticas, ruas sinuosas de paralelepípedos, becos sem saída e pátios escondidos em uma paisagem inesquecível.
No coração da cidade está a Old Square, com vista para as torres góticas da Igreja de Nossa Senhora e para o mais antigo relógio astronômico do mundo em funcionamento. No século 15, os visitantes faziam reverência ao monumento. Hoje, eles tiram uma foto usando um telefone celular antes de pegar uma cerveja gelada em um dos cafés vizinhos.
Moldada pelo mar, financiada pela exploração e devastada pelo terremoto – a história de Lisboa é tão dramática quanto sua arquitetura.
Desde as fortificações do Castelo de São Jorge, Lisboa é de tirar o fôlego. O azul fresco dos quadros do Rio Tejo, os infindáveis vermelhos e laranjas que aquecem os telhados da cidade. Dá para ver os espaços dramáticos teatrais e os auditórios das inesperadas áreas urbanas que cresceram organicamente para se encaixarem à paisagem. E essa luz clara e nítida refletida pelo rio e edifícios é excepcional.
O rio e a relação de Lisboa com o mar sempre inspiraram a arquitetura da cidade.
Em apenas nove quilômetros do litoral da cidade pode-se vivenciar quase 500anos de história, desde a Torre de Belém, do século 16, a oeste, até a arquitetura do século 20 da Expo de Portugal de 1998, no Parque das Nações, a leste.
Lisboa pode não ter os monumentos de Roma, os parques de Londres ou os boulevards de Paris mas, ao caminhar pela geométrica e organizada Baixa, no centro da cidade, até os caóticos layouts medievais que envolvem as colinas você perceberá a singularidade de Lisboa: os pátios secretos e os palácios escondidos.
Vilnius é uma cidade pequena com uma grande história. E essa história é a mais eloquente da Cidade Velha.
Para uma cidade pequena, Vilnius teve uma grande influência arquitetônica. Vilnius foi apresentado ao mundo como o centro político e cultural do Grão-Ducado da Lituânia, entre os séculos 13 e 18, a cidade mais importante dos estilos gótico, renascentista e barroco da Europa Oriental, onde as culturas do Oriente e Ocidente se encontram.
Passear em Vilnius leva apenas algumas horas, mas é necessário mais tempo para ler a história que está escrita em cada parede. A Igreja Bernadine é um exemplo. No final do século 20, o interior sagrado da igreja foi convertido em armazém soviético, mas a força de toda a sua história não foi reduzida.
De dentro do recém-restaurado sótão da igreja, a visão da notável diversidade de torres e cúpulas que figuram o horizonte da Cidade Velha de Vilnius e ofuscam suas ruas sinuosas, apertadas e confusas é mais que especial. É mágico. Não é à toa que possui o título de Patrimônio Mundial da UNESCO.