Arte de Rua Europeia
Se em um belo dia de verão você se encontrar passeando pelo centro de Lodz, na Polônia — uma das maiores cidades do país e um antigo centro industrial — verá algo verdadeiramente surpreendente: no que parece ocorrer a cada três ou quatro quadras, um artista talentoso criou uma marcante obra de arte de rua. No número 18 da Rua Sienkiewicza, por exemplo, você se vê frente a frente com um retrato colorido e extravagante, do tamanho de um edifício, do virtuose do piano polonês-americano Arthur Rubinstein, baseado na famosa foto do pianista fingindo-se de pateta e puxando as orelhas. Lodz, cidade natal de Rubinstein, é na verdade um dos principais destinos da Europa para quem adora arte de rua. Por toda a cidade, um explorador curioso irá encontrar arte ao ar livre em escala gigantesca. As pinturas normalmente ocupam toda a fachada dos edifícios, proporcionando aos espectadores uma maneira única de experimentar arte, quase impossível de se reproduzir dentro dos limites de um museu. Algumas das principais pinturas ao ar livre de Lodz incluem “Mulher na Banheira”, no número 67 da Rua Pomorska, o mural criado pelos artistas Aryz e Os Gemeos no número 5 da Rua Roosevelta e o Mural do Pássaro no número 127 da Rua Kilińskiego, sendo que várias delas foram criadas por meio da colaboração entre pessoas de vários países europeus. Essas pinturas incríveis, quase 50 espalhadas por toda a cidade, deram vida nova a Lodz e a transformaram em uma galeria de arte ao ar livre única, que os visitantes podem explorar relaxados, em seu próprio ritmo, saboreando uma xícara de café e petiscos guardados no bolso, com a cidade inteira ao seu redor.
Lodz é um dos melhores exemplos de arte de rua na Europa. Mas muitas cidades do continente se transformaram nas telas de uma geração de jovens artistas que estão rompendo as tradições e expandindo as formas de se criar arte, além de novas maneiras pelas quais desejam que os espectadores experimentem suas obras. Em Tallinn, capital da Estônia — que fica a apenas uma viagem de trem de distância, numa Europa sem fronteiras! —, os visitantes encontrarão outro exemplo maravilhoso de arte de rua. Comece seu roteiro em Tallinn caminhando pelo chamado “quilômetro cultural”, um trecho de rua de pedestres e bicicletas que se estende desde o porto até o centro da cidade e abriga uma excelente mistura de grafite, arte de rua e muito mais. Ao longo do caminho, pare no Kultuurikatel, um dos espaços culturais e de eventos mais interessantes da cidade, localizado em um edifício industrial convertido. Se preferir sair da capital e experimentar a cena urbana estoniana em locais poucos frequentados, pegue o trem para Tartu, que fica a apenas 180 quilômetros de distância. Tartu, especialmente no verão, é um destino excelente para a arte ao ar livre. Confira o Festival Stencilibility, realizado todos os verões em Tartu, baseado na crença de que o espaço público pertence a todos que o utilizam.
Depois de explorar a arte de rua na Polônia e na Estônia, que tal fazer uma viagem para o sul, até a cidade grega de Tessalônica, outro local preferencial da arte de rua que vale a pena visitar? Ao explorar esse lugar rico em história, você perceberá que a arte de rua, aparentemente, floresce em todos os becos, todas as esquinas, sobre todos os edifícios, o que transforma Tessalônica em uma tela gigantesca, coberta de cor e criatividade. Os artistas em Tessalônica são conhecidos até mesmo por pintar em árvores! Um ótimo lugar para começar é o bairro nas proximidades da universidade, seguido pela centro da cidade, onde jovens criativos e originais muitas vezes se reúnem e a arte de rua é particularmente densa. Preste uma atenção especial ao ativismo e à política que transparecem na arte de rua de Tessalônica.
Assim como ocorre com a arte exposta nas paredes de um museu, a arte de rua é um tema perfeito para conversas e debates. Enquanto explora as pinturas ao ar livre em Lodz, Tallinn, Tartu, Tessalônica ou outra das muitas cidades criativas do continente, pergunte aos seus companheiros de viagem o que a arte de rua significa para eles. É diferente de uma pintura ou gravura exibidas em um museu? Se a resposta for sim, por quê? Existe uma distinção entre grafite e arte de rua? Se houver, qual é, e por quê? Tem alguma importância o fato de que, com o tempo, a arte de rua poderá desaparecer de uma rua da cidade, apagada pela chuva e pelo vento, ao invés de ser preservada a sete chaves em um museu? São temas importantes, e por isso sugerimos que você participe de conversas on-line sobre eles quando voltar de sua viagem. Publique nas redes sociais as fotos da arte de rua que você descobriu e adicione alguns pensamentos ou reflexões sobre as questões acima. Você também pode incluir as opiniões de seus companheiros de viagem. Certifique-se de usar a hashtag #CriativamenteCurioso para que outras pessoas possam participar da conversa com você. Feliz caça ao tesouro da arte urbana!